Faço o mesmo caminho todos os dias. Meus pés já decoraram o gosto das ruas. Me sinto cada dia mais seca, com sede de coisas que nunca pude beber. Falta em mim um pingo de loucura suficiente. Coisa pouca, mas que daria pra mudar o mundo. Meu ouvido vai levando a vida dele, fingindo que não precisa escutar de ti aquelas coisas que todos sonham escutar de alguém. Sou outro tipo de gente. Dessas gentes que fingem não precisar, que não faz mal ser só. Mas sabe, a noite sempre vem sozinha, e eu queria estender os olhos até o teu quarto. Queria te ter do lado direito da cama, com os teus olhos amargos, e o peito tão mudo. Não importa o jeito, eu só queria ter.
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