O sabor das lágrimas tem um quê de incertezas minhas. Meus olhos não desviam da tua boca, na esperança de que saiam as palavras certas, aquelas que o meu coração precisa ouvir. Só fica o silêncio pairando no ar do quarto fechado. Estendo meus dedos até o teu rosto, na esperança de resgatar aquele passado tão lindo de nós dois. Tanto sei, que os sonhos não duram para sempre. Nem os meus, nem os que sonhamos acordados, eu no teu peito, e o teu peito em mim. Seguro minhas fraquezas com as mãos trêmulas, pedindo que não escorram pelos olhos, pois esse meu teatro já está tão desacreditado. Nesse desequilíbrio de erros, eu uso os teus como roupa nova, pra esquecer que eu poderia ter tomado outro rumo quando o teu caminho ficou longe do meu. A culpa disso tudo, é da minha alma, por se sentir tão metade, tão vazia, quando não posso encostar na tua, naquele nosso abraço tão doce.
A culpa disso tudo, é das frases feitas sem pensar, do teu amor escorrendo pelo meu corpo, da tua falsa sorte de me ter por perto.
A culpa disso tudo, somos nós.
Uma culpa bem feita, bem criada, pra não deixar desatar todos os nós que prenderam a gente, nesse vai-e-vem de coisas da vida, que embalam o que chamamos de sentir, de amor.
De nós.
Dois.
Dois.

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